sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um por todos? Não!
Nenhum por nenhum!

Que coincidência! Todos os brasileiros têm do que reclamar



Os momentos pós-eliminação do Corinthians foram de muita reclamação. Dos jogadores, do técnico, da torcida, dos dirigentes. E com razão. O Timão foi absolutamente prejudicado por Carlos Amarilla e seu trio de arbitragem na partida de volta contra o Boca.

Enquanto os rivais se deliciavam, os corintianos se revoltavam. "Dois gols legais e dois pênaltis". Eu não vou tão longe. A mão na área foi absurda e o impedimento de Romarinho mais ainda. Lances indiscutíveis. Agora, não foi pênalti no Emerson e foi, sim, falta do Paulinho no goleiro. Acontece que, se o auxiliar deu impedimento, errou mais uma vez.

Lances e reclamações a parte, para mim ficou claro que o buraco é mais embaixo. Na quarta, foram os corintianos que lamentaram. Na terça, um dia antes, no mesmo Pacaembu, o Palmeiras foi prejudicado contra o Tijuana. Um time mexicano que não joga futebol, prefere dar cotoveladas aos montes e fazer o máximo de cera possível. Gastou boa parte do tempo de jogo no chão.

Aí, nenhum torcedor rival foi condescendente a dor alviverde. Ao contrário. Risadas e mais risadas pela derrota e precoce queda do Verdão.

Antes ainda, o são-paulino Luis Fabiano pegou quatro jogos de suspensão ao xingar o árbitro do jogo contra o Arsenal (ARG). Uma punição estranha, principalmente por vir da Conmebol, uma entidade que historicamente não pune nada e nem ninguém. Não pune morte de torcida, briga de torcida, entrada criminosa... mas dá quatro jogos por xingamento. Critério, pra quê critério?

Na época, alguma reação dos rivais? Nada. Só as tradicionais risadas e brincadeiras com o temperamento do Fabuloso. Nenhuma solidariedade, nenhum pedido de justiça. É cada um por si!

Luxemburgo, técnico do Grêmio, pegou seis jogos de suspensão por, teoricamente, causar uma briga onde ele protagonizou cenas dignas de um filme pastelão. Caiu no chão, apanhou e, punido, viu de longe a eliminação da equipe gaúcha ontem. O Fluminense teve contra si a marcação do pênalti mais absurdo dos últimos tempos.

Nós, brasileiros em geral, levamos a rivalidade ao extremo. Chegamos quase a burrice. E não é só a rivalidade clubística. Criamos e alimentamos uma briga histórica com os argentinos, que poderiam - e deveriam - ser os nossos maiores aliados.

Aqui, dentro do nosso território, levamos ao pé da letra a tradição de rir e brincar com os rivais, independente de qual seja a razão. Os corintianos se deliciaram com a punição ao Luis Fabiano. Os são-paulinos riram da eliminação do Palmeiras. Os torcedores do Verdão deram o troco e brindaram à queda do Timão.

No meio de tanta piada, não tiveram tempo de perceber que TODOS foram prejudicados pela Conmebol. De uma forma ou de outra. Ficou clara a má vontade da entidade com os clubes brasileiros. Até se justifica, porque o domínio técnico dos nossos times aparece com maior destaque a cada ano.

Mas os times nacionais ainda não notaram a força que têm. Depois de todos os ocorridos, seria caso dos presidentes de todos os clubes envolvidos - e dos não-envolvidos também - cobrarem a ação da CBF junto à Conmebol. E, se nada mudar, que os brasileiros não entrem na próxima Libertadores.

Protestem, mostrem sua indignação e, principalmente, a sua força. Somos o país mais rico do continente, com maior tradição futebolística, mais dinheiro para investir e melhores clubes. Das últimas oito edições, cinco títulos vieram para o Brasil.

Ou os clubes se unem e brigam juntos, ou vão continuar se deliciando apenas com a derrota do rival. O que será que vale mais, torcedor?

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