Esta é, claramente, uma montagem grotesca com Diego Costa |
Diego Costa, atacante, 25 anos, jogador do Atletico de Madrid, da Espanha. Artilheiro do campeonato espanhol - já são nove gols em dez jogos - na frente de Messi e Cristiano Ronaldo.
Há um ano, era um ilustre desconhecido no Brasil. Exceto em Lagarto, sua cidade natal, em Sergipe. Os gols saíram aos montes e, agora badalado, foi disputado pelas duas seleções favoritas para o Mundial de 2014: Brasil e Espanha.
Hoje a polêmica teve fim. O atacante dispensou a convocação de Felipão e definiu que jogará a Copa do Mundo de 2014 pela Fúria.
Muitas perguntas surgiram. Diego Costa seria titular ou reserva na Seleção Brasileira? Não importa. Se deveria ser convocado? Irrelevante também. A questão é outra, bem diferente.
Essa polêmica não deveria sequer existir. Diego Costa jogou pela Seleção Brasileira (nos empates contra Itália e Rússia) e, assim, jamais poderia jogar por outro selecionado. Não precisa ser ex-árbitro global para saber que a regra da Fifa é clara.
O mais importante a ser dito é que o conceito de naturalização precisa ser revisto. E com urgência. Diego Costa não tem forte ligação com a Espanha. Apenas joga no país. Nasceu no Brasil, foi para a Europa já com 18 anos e, inclusive, antes jogou em Portugal. Além disso, o atacante já deixou claro que, após encerrar a carreira, quer voltar a morar no Brasil, em Lagarto.
Ou seja: quais os motivos - além dos futebolísticos - dão a Diego Costa a cidadania espanhola? Nenhum. Nada que justifique, além, é claro, de maior facilidade de jogar a Copa. É a abertura de um precedente perigoso. Um balcão de negócios - maior do que já é- também entre as seleções.
Quem sabe até 2022 o Catar não tenha a melhor seleção de futebol do mundo? Afinal, eles sediarão o Mundial e dinheiro - principalmente do petróleo - não falta. Terão tempo de providenciar algumas revelações e naturalizá-los.
A CBF promete lutar para reverter a decisão. Parreira já deixou claro que não quer mais o jogador. Felipão o desconvocou de imediato. A discussão, desta forma, deve prosseguir e pode virar um imbróglio jurídico.
Mas isso pouco importa. A Copa do Mundo já caminha para se tornar uma Champions League de seleções, realizada a cada quatro anos. E será um caminho sem volta.
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