Thomas Müller e Mario Götze: protagonistas da final, dentro e fora de campo |
A improvável final da Champions League entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund se concretizou. Além do futebol alemão em alta, esse confronto me fez traçar alguns paralelos e comparar o futebol, lá e cá:
1) A negocição de Götze
Mario Götze, camisa 10 do Borussia, é uma das maiores revelações do futebol alemão nos últimos anos ao lado de Thomaz Müller, do Bayern. Ganhou o apelido de Götzinho, em comparação de seu futebol com os áureos tempos de Ronaldinho na Europa.
A grande polêmica surgiu na véspera da semi-final da Champions. A imprensa local divulgou que o meia tinha um acordo com o rival Bayern. A informação logo foi confirmada e incendiou a discussão sobre a postura de Götze.
O momento do anúncio foi o pior possível. Talvez as apartes envolvidas não conseguissem imaginar que os dois times passariam para a final, batendo Barcelona e Real Madrid. Fato é que Götze terá um conflito ético dos mais discutível. Disputará uma final importantíssima contra o seu futuro time. Como se portar? Jogar ou não? A torcida do Borussia transborda de ódio ao antigo xodó. Coisas do futebol!
Agora, fica o exercício de imaginação. Imaginem na véspera de uma semi-final de Libertadores, o Corinthians anuncia acerto com Neymar, do Santos. E, na sequência, ambos os times fossem se encontrar na final. O que aconteceria no Brasil? Tanto com a torcida de um, quanto com a torcida de outro. Dá até medo de imaginar.
2) Confronto dirigido
O duelo entre Bayern e Borussia jamais decidiria uma Libertadores. Claro, porque são clubes europeus. Sim. Mas mesmo que fossem da América do Sul, a Conmebol dirigiria o confronto alemão para a semi-final, já que não quer dois times do mesmo país (leia-se dois brasileiros) na finalíssima.
Essa é uma das grandes besteiras históricas da Conmebol, além de toda impunidade, regulamentos esdrúxulos e desorganização. Que cheguem à final os dois melhores times, independente de onde sejam. Inclusive os mexicanos que, já que disputam, deveriam ter os mesmos direitos dos clubes da América do Sul. Apenas mais um detalhe da falha organização da Libertadores.
3) Final em jogo único
Os times de Munique e Dortmund jogarão a final... em Londres. O regulamento da Champions League traz essa definição antes mesmo da competição iniciar. A sede do jogo único da decisão varia todos os anos e poucas vezes o campeão é do local onde é realizada a partida. No ano passado, inclusive, o Bayern deu a sorte de decidir o torneio em sua casa. E perdeu, nos pênaltis, para o Chelsea.
Será que se fizessemos isso na Libertadores teríamos sucesso? Será que uma final entre Olimpia (PAR) e Nacional (URU) lotaria um Maracanã, por exemplo? Muito improvável. Difícil imaginar que esse regulamento desse certo na América da Sul. Até porque as tradições são diferentes e devem ser respeitadas.
Champions League e Libertadores. Tão diferentes e tão parecidas, ao menos na essência, na importância. As diferenças entre Europa e América do Sul, de costumes e cultura, também dentro das quatro linhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário