Acredite ou não, ela realmente pode fazer a diferença |
Arrogante. Soberbo. E depois, em campo, um time apático, apagado. O Corinthians iniciou o confronto com o Boca Juniors sem ser Corinthians. Quem conhece a história do Timão sabe que o sentimento de superioridade, apresentado contra os argentinos, não condiz com a tradição do clube. A soberba sempre foi típica do São Paulo e, por anos, era alvo de críticas aos rivais.
O Corinthians é o time do povo. O time da raça, que não ganha nada fácil, que tem que sofrer. Aquele sofrimento que faz a conquista ficar ainda mais saborosa. Esse é o Corinthians? Ou será que esse FOI o Corinthians um dia?
O Boca Juniors tem que ser respeitado. Sempre. Um time que já venceu seis Libertadores, tem a camisa mais pesada da América do Sul, um estádio mítico como La Bombonera... esse clube jamais pode ser menosprezado, mesmo com um time fraquíssimo, ainda mais num confronto de mata-mata. E esse era o sentimento de grande parte da fiel torcida. E, pior: do elenco.
Antes do duelo, fiz alguns comentários que se concretizaram. Disse que o Corinthians venceu a final da Libertadores, no ano passado, principalmente por saber o poder do Boca. Respeitou a camisa azul e amarela! Mesmo com uma equipe melhor tecnicamente, igualou a vontade argentina e passou com certeza tranquilidade pelo rival. Para o atual confronto, a ideia deveria ser a mesma. Mas aparentemente não era o caso, tanto da torcida quanto da equipe.
Parecia que, ao vencer o Boca uma vez, já era certo o novo triunfo. Acabou-se o encanto de Riquelme, de Bombonera, de catimba. Um clima de "somos melhores e isso basta". E isso não faz bem para ninguém. Acomoda, afrouxa, atrapalha.
O time do Corinthians é infinitamente melhor. Já era superior em 2012, e ainda se reforçou. Os próprios torcedores argentinos temiam, como eu disse aqui. O Boca perdeu peças importantes. Mas nunca deixará de ser Boca. E quem não consegue ver isso não terá chances de vencer uma Libertadores. Alguns times são diferenciados, sim. Queira você ou não. Mostrem os resultados recentes ou não.
Fazia tempo que eu não via o Timão jogar tão mal. Apático, muitos erros de passe, mal posicionado, perdendo divididas. Parecia sem alma, sem aquela consciência tática característica do último e vitorioso ano. Não parecia o Corinthians. Pelo menos não o Corinthians do Tite.
A parte boa disso tudo é que, dos males, foi o menor. Dá para reverter tranquilamente no jogo de volta no Pacaembu. O perigo é tomar um gol e, aí, terá que fazer três. Pode complicar. Mas time por time, o Corinthians segue como favorito. Mas só se voltar a ser o Corinthians. Aquele Corinthians, que respeita, sua e vibra. Senão, vai ter que começar a pensar no Brasileirão.
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