Hora de tirar o chapéu para ele (Foto: Miguel Schincariol) |
O amor da torcida do Palmeiras por Luis Felipe Scolari é indiscutível. Parafraseando o saudoso Joelmir Beting, só os palmeirenses entendem, e não tem como explicar para os demais torcedores.
Até aí tudo bem. Afinal, toda torcida tem seus heróis. Alguns, notoriamente vencedores. Outros, ídolos de barro, falhos e com defeitos. Mas uma das coisas que eu aprendi na vida é que ídolo não se discute. Cada um tem o seu, com seus motivos, bem particulares, e que não serão jamais questionáveis.
O problema é quando o amor por Felipão virou birra com o seu substituto no Palmeiras. Gilson Kleina chegou sem nome, largou a estruturada Ponte Preta e arriscou. Começou bem, mas não evitou o rebaixamento do Verdão em 2012. Deu a cara à tapa, enquanto o antecessor preferiu desistir. Sem falar em culpa, já que o maior responsável pelo descenso foi o ex-presidente Tirone.
O ano de 2013 começou difícil. Sem contratações de peso, perda de seu maior ídolo, rivais fortalecidos, Libertadores à vista, goleada do Mirassol... e Kleina ficou. Montou um time esforçado, que conta sempre com o desfalque de Valdívia. O time no papel é fraco, não está à altura da tradição do Palmeiras. Mas é um time que vibra, joga com o coração. E conta com o apoio da torcida, que vem fazendo a diferença, como eu já disse aqui.
Ontem, a antes improvável classificação na Libertadores veio de forma antecipada. Enquanto os badalados São Paulo, Fluminense e Grêmio ainda correm sérios riscos, o Verdão já está lá. E pode liderar o seu grupo. Méritos para nova diretoria, comandada por Paulo Nobre, que colocou os pés no chão e parece no caminho certo. Mas méritos, principalmente, para Gilson Kleina.
Após algumas observações e erros, encontrou uma forma de jogar. A mudança de posicionamento de Marcelo Oliveira para o papel de um falso terceiro zagueiro mudou o time. Liberou Ayrton e Juninho, que definitivamente não sabem marcar, e fortaleceu a marcação. Charles se encontrou no meio-campo. Souza e Wesley tentam iluminar o time, com Vinicius correndo e se desdobrando na frente. E a massa alviverde empurrando. A tática tem dado certo.
E Kleina ainda não pode contar com os ex-gremistas que vieram na transação de Barcos. Em especial o atacante Leandro, melhor jogador desse novo time do Palmeiras. Valdivia, um ídolo controverso, segue fora. Mais jogos fora que dentro. E o time classificado, antecipadamente, no Paulista e na Libertadores.
A torcida palmeirense, que vem dando show em todos os jogos da equipe, agora pode olhar com um pouco mais de carinho para o treinador, que é um dos responsáveis por essa alegria verde, antes esquecida. Felipão passou, foi bom - principalmente na sua primeira passagem. A hora e a vez são de Gilson Kleina. E por merecimento, diria o outro.
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