quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pq fasem iso com vose, Romarino?

A pergunta que não quer calar. Responde, Romarino!


Confesso que não assisti ao jogo do Corinthians ontem. Na incompatibilidade que as televisões nos impõem, preferi ver Grêmio x Fluminense. Jogo importante, mas tenso. Tão tenso que nada se viu, nada se fez. Jogo chato.

Por outro lado, vi, li e ouvi muitos elogios ao time do Corinthians. O San José era fraquíssimo, mas o Timão fez o seu dever: venceu bem. A maioria destacou a atuação do Romarinho. Fez gol, driblou, apareceu para o jogo. É bom jogador e tem futuro.

O que chama atenção é a repercussão que Romarinho causa. Nas redes sociais, basta um lance de efeito e uma frase se repete 'Pq fas iso Romarino?', principalmente entre os corintianos. As montagens e brincadeiras são sucesso garantido na internet.

Claro que isso, por si só, não interfere em nada no futebol do atacante. Nem para melhor, nem para pior. Mas Romarinho, mesmo sem querer, está se tornando um jogador folclórico. E aí, sim, pode ter consequências.

O Obina, por exemplo. Trata-se de um atacante de mediano para bom. É melhor que a maioria dos centroavantes que vemos no futebol brasileiro. Mas desde sua passagem pelo Flamengo e da comparação com Eto'o, virou uma figura folclórica. A repercussão de tudo em torno dele é diferente, desde então. Um olhar mais crítico do público, mesmo que inconsciente. A cobrança é maior, dentro e fora de campo. Richarlyson e o zagueiro Domingos são outros bons exemplos.

Alguns jogadores folclóricos, por outro lado, se aproveitaram da fama. Aliando polêmicas e talento, ganharam ainda mais notoriedade. Renato Gaúcho, Dadá Maravilha e até o Vampeta, para ficarmos com poucos. Poderia citar muitos jogadores, atuais e do passado. Exemplos bons e ruins.

Mas isso não muda o fato de que Romarinho não faz nada para alimentar esse folclore. É, sim, um jogador com uma estrela gigante. Autor de gols em clássicos consecutivos contra o maior rival e protagonista daquele momento histórico: gol na lendária Bombonera, contra o temido Boca Juniors.

O carisma do garoto, tímido e quieto, ganhou o coração da apaixonada torcida corintiana. Caiu nas graças. Virou brincadeira, talismã, o queridinho da Fiel. É torcer para que ele não deixe a fama de jogador folclórico cair sobre si. E, caso caia, que o Romarinho saiba driblá-la e tocá-la por cima do goleiro, como fez simplesmente numa final de Libertadores.

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