sexta-feira, 2 de julho de 2010

Escorregou na Laranja...


Em 2006, a bagunça na concentração e a eliminação nas quartas-de-final. Em 2010, Dunga fez diferente. Um quartel general, com jogadores unidos e um esquema tático sólido. O resultado foi o mesmo: Brasil fora da Copa do Mundo nas quartas-de-final.

Derrota doida contra a Holanda. A forte, porém não tão tradicional Laranja Mecânica, passa à semi e tem caminho tranquilo até a final, já que é franca favorita contra Uruguai ou Gana.

Já nos lados brasileiros, tristeza absoluta. Os títulos da Copa América e da Copa das Confederações credenciavam o Brasil ao título. Mas faltava um algo mais. E vale lembrar que os conflitos de Dunga com a imprensa nada tiveram a ver com a derrota. Já as convicções...

O técnico disse que venceria ou perderia com suas convicções. Com coerência. E jamais fugiu disso. Uma defesa forte, um meio-campo compacto e a velha dependência das boas jogadas de Kaká e Robinho.

Era pouco. Faltavam opções. Para grande parte da imprensa – na qual modestamente me incluo – Dunga poderia ter apostado um pouco mais. Preferências à parte, Ronaldinho Gaúcho, Ganso e alguns outros somariam qualidade ao time brasileiro.

E a caça às bruxas? Afinal, eliminação em Copa do Mundo jamais passa em branco no Brasil. Procura-se culpados. Em 2006, elegeram (injustamente) o lateral Roberto Carlos, pelo episódio do meião. E em 2010?

Comecemos pelos menos culpados. Júlio César falhou no primeiro gol. Apesar disso, sempre atuou muito bem. Luís Fabiano não apareceu quando precisamos. Kaká não decidiu como esperamos. Gilberto Silva e Michel Bastos foram coadjuvantes, com pouquíssimo brilho.

Felipe Melo? Ah, aí está uma boa opção. Apesar do bom passe para o primeiro gol, todos sabiam de quem se tratava. Temperamento difícil, quase incontrolável. No primeiro gol, marcou contra. No segundo, deixou Sneijder livre na pequena área. Logo em seguida, foi estupidamente expulso, por pisar em Robben (como mostra a foto).

Acabou com qualquer oportunidade de empate. Enfrentar um time forte com um jogador a menos é tarefa das mais árduas. Foi decisivo, porém não fundamental. Na minha opinião, o buraco foi mais embaixo. Faltou treinador!

Dunga teve méritos em seus quatro anos. Reacendeu o desejo dos jogadores em atuar pela Seleção. Bateu de frente com a Globo e tirou suas mordomias, dando igualdade para a imprensa. Formou um esquema defensivo forte e constante. Mas também deve problemas...

Cabeça dura, deixou de fora jogadores decisivos, como Ronaldinho Gaúcho e Adriano, além de jovens revelações, como Ganso e Neymar. Dois volantes à parte, ninguém escala Felipe Melo impunemente.

Faltou qualidade, faltaram opções. O técnico Dunga disse que venceria ou perderia com suas convicções, com coerência. E assim foi. Perdeu trocando centroavante por centroavante precisando ganhar. Com Júlio Baptista, Kleberson e Gilberto no banco.

Era previsível, pelo menos para mim (clique aqui para lembrar o que eu “previ”). Dunga já disse que não segue na Seleção. Agora é juntar os cacos e montar um novo time para 2014. E que essa nova Seleção não tenha como ÚNICO objetivo apagar os erros de 2010.

A Seleção e o povo brasileiro merecem muito mais!



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