segunda-feira, 23 de novembro de 2009

No lugar de Henry, o que você faria?

Eram jogados 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação. A bola foi alçada na área. Passou por todos os jogadores e sairia pela linha de fundo. Sairia. Porque Thierry Henry não deixou. O experiente atacante dominou com mão e, mesmo assim, a bola iria pela linha fundo. Desta forma, o francês tocou outra vez com a mão. Com a bola controlada, Henry cruzou para o zagueiro Gallas marcar.

O jogo entre França e Irlanda, válido pela repescagem europeia para a Copa do Mundo de 2010 ficará na história. Não por lances brilhantes, gols bonitos ou jogadas antológicas. E sim pela mão descarada de Henry (foto), que colocou a França no próximo Mundial, frustrando o sonho irlandês de voltar ao torneio.

Após a jogada, as críticas desabaram sobre o atacante do Barcelona. Ministros franceses e irlandeses declararam que a partida deveria ser realizada novamente. Questão de justiça. O próprio Henry disse que o ato foi impensado e, se pudesse voltar no tempo, teria evitado o lance ou, ao menos, teria se denunciado ao árbitro.

O árbitro, por sua vez, não tinha como ver o lance. Estava totalmente encoberto. O auxiliar também estava longe. O juiz poderia ter percebido que a reação dos irlandeses não era normal, a ira com que reclamavam denunciava que havia tido algo de errado. Mas ele não poderia voltar atrás.

Então, quem culpar? O árbitro não viu, Henry não pensou antes de agir e a trapaça estava feita. Como punir? Voltar o jogo? Não parece justo. A realidade do jogo seria outra e, muito provavelmente, a França venceria novamente. Então, como proceder?

A polêmica é grande e divide a opinião pública. Está na hora do futebol utilizar imagens para esclarecer lances difíceis? Eu, particularmente, acho que já passou da hora. É muito dinheiro, muitro trabalho, muita paixão, de muita gente, envolvidos em um jogo que pode ser burlado tão simplesmente.

Alguns dos amantes do esporte dizem que isso tiraria o romantismo, a essência do futebol. Em partes, eu concordo. E mais, respeito a opinião. Mas acho que o mundo do futebol se profissionalizou, virou negócio. Está na hora de evoluir em mais este quesito!

Mas que 90% das pessoas fariam a mesma coisa que Henry, fariam. É automático! Não serve de desculpa, mas é um atenuante.



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