Comprovado: sem Kaká e Robinho não dá

Antes do começo da Copa do Mundo, a grande crítica em torno do trabalho de Dunga era a falta de opções para uma possível ausência de Kaká. E ele ficou fora. Não por lesão, como era temido, mas sim por suspensão.

Juntou-se a isso a fadiga apresentada por Robinho, dono da movimentação ofensiva da Seleção Brasileira. Dunga resolveu, então, poupá-lo na partida contra Portugal, na decisão do grupo G.

O resultado da equação é simples: Kaká suspenso + Robinho poupado = Brasil sem criatividade. Para piorar, estava ausente também Elano, o terceiro homem de meio-campo de fundamental importância no esquema brasileiro.

Daniel Alves, Júlio Baptista e Nilmar entraram. E nada fizeram. O lateral, improvisado no meio, não era nem sombra daquele que entra no segundo tempo e faz boa dupla com Maicon pela direita. Júlio Baptista, por sua vez, não apareceu. Nem a tal superstição com suas entradas deu certo.

Nilmar foi o melhor deles. Mandou uma bola na trave e fez duas ou três jogadas de efeito. Mais nada. O Brasil sentiu muito a ausência das arrancadas de Kaká, que leva o time ao ataque. E arrisco dizer que sentiu mais ainda a falta de Robinho, ponto de desequilíbrio ofensivo brasileiro.

O Brasil se segurou. Alguns sustos, mas nada que ameaçasse de fato a liderança do grupo. Boas exibições de Júlio César e de Lúcio. Aliás, essas notícias já podem ser previstas antes dos jogos, tal a regularidade de ambos. Muito bons!

Tirando uma ou outra jogada de Cristiano Ronaldo, os brasileiros pararam as tentativas de Portugal. Mas não criou. Não ofereceu grande perigoso – tirando a bola na trave – e não conseguiu nem contra-atacar, arma forte do time de Dunga.

Foi preocupante. Não o placar, já que empatar com Portugal não é nenhum demérito. O problema foi a forma como aconteceu. A criatividade não existiu! Faltou qualidade ofensiva, movimentação e opções de jogadas. Enfim, faltaram Kaká e Robinho.

Espanha, Chile, Suiça... os brasileiros devem esquecer os adversários e focar em uma só torcida: para que Kaká e Robinho estejam sempre presentes em campo. Caso contrário, o sonho do hexa fica muito mais difícil!