segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O enterro de Jason

Jason nunca morre. Certo? Quando trata-se do personagem Jason, famoso nos filmes de terror 'Sexta-Feira 13', pode ser que sim. Quando Jason remete ao São Paulo e sua campanha no Brasileirão de 2009, a afirmação perde toda sua veracidade.

Após a saída do técnico Muricy Ramalho e a chegada de Ricardo Gomes, o São Paulo emplacou uma boa sequência de vitórias, deixando a zona de perigo, chegando ao G-4 e sonhando com o título. Mas quando teve a chance de realmente colocar medo no líder Palmeiras, não o fez.

Primeiro, teve o confronto direto. Teve medo de atacar e preferiu o 0x0. Depois, foi fatalmente atingido pelo modesto Santo André. A hora era de atropelar o time do ABC paulista, mas Jason fraquejou. Fez um gol, achou-se dono da situação e permitiu o empate. Perdeu a chance de passar o líder, mesmo que apenas momentaneamente.

Depois, parecia que Jason reagiria. Com dois a menos fora de casa, conseguiu uma importante virada contra o Náutico. Mas a reação ficou apenas na impressão. Ainda ressentido, o vilão viria a falecer uma semana depois, em sua própria casa, embora seus fãs acreditassem que ele ainda estaria vivo. Um novo empate amargo com o Coritiba. Nova chance desperdiçada de encostar no Palmeiras.

No último sábado, Jason foi oficialmente enterrado. Novamente em seus domínios, perdeu para o Atlético-MG e viu as chances de título irem por água abaixo. E não apenas pela pontuação, já que o Palmeiras consegue ser tão incompetente quanto o São Paulo, mantendo os 5 pontos de diferença. Mas porque o futebol apresentado passa longe, muito longe, de assustar os adversários.

Os fatores são diversos: jogadores descompromissados, falta de um armador com qualidade, inexistência de um centroavante eficiente... até o setor defensivo, antes exaltado, comete falhas bisonhas, dignas dos tempos de Jean e Júlio Santos. O mais lúcido meio-campista, Jean, joga improvisado na ala. O único que corre e produz é Dagoberto, com lampejos de bom futebol. Mas parece se influenciar com a ruindade de Borges, Washington, Hugo e companhia.

O melhor jogador tecnicamente tem apenas 18 anos. E todos têm medo de colocar o meia Oscar em campo, com receio (correta ou incorretamente) de queimá-lo, de ser cedo demais para o jovem assumir a responsabilidade. Enquanto isso, Jorge Wagner arma as jogadas, quase sempre com a malemolência que lhe é característica, de forma lenta e nada efetiva.

Matematicamente, o título é possível. Mas para quem acompanha de perto a saga de Jason, sabe que o final desta vez deverá ser feliz. Feliz para Palmeiras, Internacional, Atlético-MG, Flamengo ou Cruzeiro.

E se não abrir os olhos, nem Libertadores virá para 2010.


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